Nas tuas mãos, dedos sutis,
Leve e fluida água de cheiro,
Suo odores aos toques viris:
Somos amantes, luas minguantes.
Hálito quente aos teus ouvidos,
Ao roçar meu corpo ao teu,
Beijo-te e tomo tua antiga paz,
Castelo de cartas que se desfaz...
Por dentro dos teus sonhos,
Ave do Paraíso, farfalho em cios,
Sou inspirações, mares e rios,
A banhar-te loucas imaginações.
Tu és o anjo, o santo, o belo,
Eu, o pecado, o profano, o elo,
Que ata e desata em rubros laços,
O ser humano e o ente divino,
A lamber a pele do teu corpo,
E sugar em amores a tua alma.
Soneto de Fidelidade
Vinicius de Moraes
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